Aos amigos do seguro de riscos de engenharia.

Não há formula mágica para o exercício do bom gerenciamento dos riscos de uma obra e/ou montagem. Qualquer empreendimento em implantação convive com os riscos inerentes ao ineditismo, pois, cada um, em menor ou maior grau, tem sua parcela de particularidade.

Há variada gama que influencia cada projeto. São questões internas e externas. Observamos conjugações de fatores como grandes vãos, grandes alturas, arquitetura sofisticada, tipos de fundações, condições climáticas, questões ambientas, forças da natureza, rios próximos, lençol freático, técnica construtiva, ajustes de cronograma, vizinhança da obra, experiência da equipe, espaço útil de trabalho, além de condições de instalação e testes quentes no caso das montagens. Eu despretensiosamente defendo que sempre há de haver uma apólice do tamanho certo para cada risco.

Somente através da transferência dos riscos potenciais para o mercado especialista de seguros e resseguros é que as naturais expectativas poderão ser mitigadas. Quando as responsabilidades em repor o bem perdido são compartilhadas por pólos de subscrição no mundo todo é que os anseios por cobertura e segurança serão entendidos e integralizados. Os mercados estão preparados para se intercomunicarem e exercitarem a pulverização dos riscos com agilidade, ratificando a essência do princípio do mutualismo.

Definitivamente, não há obra preparada financeiramente para um sinistro de grandes proporções, principalmente em se tratando de danos da natureza. Sinceramente, se o gestor entende ser auto suficiente para o que der e vier, tratando a gestão administrativa de seus riscos com quem pratica jogos de azar, sinceramente, o projeto pode ser ameno mais o risco não. Qualquer decisão se norteará pela a aposta e não por uma avaliação sadia.

Assim, isto posto em tons quase apocalípticos, pois é assim que eu vejo, afirmo que o primeiro requisito para que a poderosa ferramenta administrativa do seguro possa ser utilizada em toda a sua plenitude é o repasse para o mercado segurador de informações claras e objetivas sobre o projeto e o ambiente em que se desenvolverá a obra.

O que nutre o mercado de seguros e resseguros é a informação de cada risco e a experiência da carteira. Portanto, o primeiro passo dessa missão de estruturar o blog será deixar bastante justificável , em cada questionário disponibilizado para consulta, qual a intenção de cada pergunta e porque é importante serem bem respondidas para que o risco seja bem avaliado. Aceito sem temores infundados e sem desconfianças. Nenhum quesito deve ficar ambíguo ou obscuro. Depois serão as condições de cobertura que terão o mesmo tratamento. Mais a frente os documentos solicitados para regulação de sinistros, e, assim, avançaremos.

Deve ficar bem entendido que esse blog é feito para quem quer fazer um seguro bem feito, com preços competitivos e, principalmente, que queira dormir bem. Sei que isso é uma conversa típica de corretor. Contudo, eu sou corretor e faço isso há muito tempo. Por isso minha veemência na defesa do seguro, pois sei quantas vezes pude ir para casa com o orgulho do dever cumprido em momentos de grande aflição e incertezas de meus parceiros e clientes. Sem dúvida é melhor ficar desconfortável na implantação brigando pelo conservadorismo do que ficar irremediavelmente desacreditado no momento de um sinistro.
Esse blog é então um tributo á modalidade de cobertura e um exercício a perseverança e a obstinação do técnico de seguros, que sabe que carteiras e relacionamentos são construídos, tijolo sobre tijolo, num trabalho constante e crescente, para depois de um tempo, olhando-se para trás, ter-se orgulho do caminho trilhado.

Outros amigos serão chamados para opinar e dar sua contribuição nesse espaço que pretendo que seja democrático e eminentemente técnico para que o seguro seja melhor entendido e suas benesses perfeitamente usufruídas.

Vamos pois colocar mãos á obra.

Um abraço
Dp