Seguro de Obras é o Blog de um grupo de Corretores de Seguros e Engenheiros, com larga experiência na matéria, destinado a divulgar as principais características e peculiaridades do Seguro de Riscos de Engenharia (Seguro de Obras)

Se a atividade de seguro em geral traz algumas dúvidas para o leigo, a modalidade específica do Risco de Engenharia é ainda mais suscetível a questionamentos e dúvidas. O que nutre a atividade de seguro é a informação. Esse pré-requisito para que ocorra a perfeita avaliação e quantificação do risco raramente é suprida. É perfeitamente entendida a intenção do legislador quando exclui certos tipos de risco. Esse ambiente de certa bipolaridade de reclamações faz de quem atua no segmento um aprendiz diário.

Por outro lado a engenharia avança em sua técnica e os riscos ficam ampliados com a dimensão dos novos projetos e o arrojo das construções. São muitas evoluções ocorrendo em diversos segmentos e direções.

Em nossa opinião, o mercado se afastou por demais dos riscos e hoje tenta resolver tudo por e-mail ou via internet. Não somos contra isso. A pluralidade das fontes de consulta é bem vinda O que prejudica é a resistência em se visitar o local da obra. Aprende-se muito com uma simples visita. A entrevista com o engenheiro no campo é extremamente esclarecedora e enriquecedora. O técnico de seguros se habilita a defender a qualidade risco, obviamente quando se trata de um risco ameno, ou consegue dar a dimensão exata do risco, quando se trata de uma obra mais crítica.

Com a evolução da sociedade e a complexidade das relações comerciais as perdas financeiras são parcelas não indenizadas cada vez maiores quando ocorre um sinistro de riscos de engenharia. Paralelamente, com o advento do novo código civil e por alguns aspectos da lei de defesa ao consumidor, decisões foram tomadas na esfera jurídica que acabaram abrindo flancos importantes na filosofia da cobertura oferecida pelo seguro de riscos de engenharia.

Sabemos que o risco tem que ser possível, futuro, incerto, independer da vontade do segurado e causar danos materiais. Sabemos também que em uma apólice contra todos os riscos, o segurado teria todas as suas perdas cobertas se agisse como se seguro não houvesse.

As coisas mudaram muito e algumas situações levaram com que as apólices pareçam ser um exercício a blindagem contra indenizações. Na realidade está é a intenção. Busca-se não indenizar aquilo que é risco empresarial. A perda natural da atividade deve, obviamente, ser um risco não coberto.

Abrir valas na rua é arriscado quando chove. Numa chuva há o risco certo de refazimento de parte do trabalho, fato estatisticamente esperado. Além disso, há a perda de tempo por ociosidade durante a ocorrência do período chuvoso. O efeito da chuva da estação não é segurável e seria muito caro segurá-la. Contudo, pode chover demais e a perda ser maior do que a esperada. Essa parte é segurável.

Em minha opinião há sempre uma apólice que se ajusta perfeitamente a qualquer tipo de risco e construções. Nossa perícia deve estar na busca de estruturá-las por preços justos.

Nossa intenção ao lançar este Blog é a de dar nossa contribuição para que o seguro seja mais bem compreendido. Para que todos tirem proveito dessa atividade que se lastreia no mutualismo.

O termo mutualismo deveria passar para os engenheiros a certeza de que sempre acontece alguma coisa ruim com alguém que esteja fazendo uma obra. É simples assim. Independe da competência. É obra do acaso, um dano da natureza ou um ato de Deus.

Para que a técnica de gerenciamento de risco seja um poderoso instrumento de gestão, para que empreendimentos ocorram sem sustos e sobressaltos, para que orçamentos não sejam extrapolados por conta do inusitado, para que riquezas conquistadas não sejam perdidas o seguro deve ser muito bem medido e estruturado. A sempre uma apólice possível para cada risco e para a mentalidade de seguro de cada empreendedor. A apólice pode privilegiar o dono da obra, o construtor o agente financeiro ou todos. Para isso existem as técnicas de gerenciamento do risco.

Esperamos que esse trabalho sirva ara facilitar o entendimento dessa cobertura tão importante para que todo projeto de implantação, com obras civis e montagens, atinja sua fase de produtividade dentro do orçamento previsto.